Viabilidade operacional de um AnSBBR no tratamento de esgoto sanitário: remoção de diclofenaco e ibuprofeno

Resumo

A ocorrência de fármacos, como o diclofenaco e ibuprofeno, dois dos medicamentos mais comumente prescritos em todo o mundo, em águas residuárias e água tratada aumentou significativamente nas últimas décadas. Dois fatos importantes contribuíram para esse problema e o tornaram uma preocupação crescente: primeiro, o aprimoramento das tecnologias de quantificação proporcionou aos pesquisadores a capacidade de medir baixas concentrações; segundo, seu consumo aumentou rapidamente. A detecção desses contaminantes emergentes em estações de tratamento indica a ineficácia dos sistemas de tratamento atualmente empregados e, portanto, podem causar efeitos adversos na saúde humana e ecossistema aquático. Uma tecnologia que já se provou eficiente no tratamento de diversos tipos de águas residuárias e é uma alternativa propícia para a remoção de tais fármacos, é a digestão anaeróbia, a qual demanda menos energia e apresenta menor custo em comparação a outros métodos. Para tal finalidade, os biorreatores anaeróbios operados em bateladas sequenciais vêm sendo estudados pelo grupo de pesquisa da Escola de Engenharia Mauá do Instituto Mauá de Tecnologia há duas décadas e têm apresentado resultados promissores obtidos em escala de bancada. As principais vantagens deste tipo de biorreator são sua simplicidade; melhor retenção de sólidos; e alta eficiência de remoção de matéria orgânica. Nesse contexto, o presente projeto objetiva a viabilidade operacional de um reator anaeróbio operado em batelada e batelada alimentada sequenciais contendo biomassa imobilizada (AnSBBR) no tratamento de esgoto sanitário para remoção de diclofenaco e ibuprofeno. As variáveis estudadas serão estratégia de alimentação; tempo de ciclo; temperatura; e codigestão sobre a estabilidade e eficiência do processo em relação à conversão de substrato e micropoluentes, à produtividade de metano e ao rendimento. Além disso, serão avaliados os aspectos fundamentais intrínsecos ao processo, como: estequiometria; modelo cinético; termodinâmica; e biologia molecular. (AU)