Delivery de retalho terapêutico com esferoides de células MDSC encapsuladas pelo hidrogel de alginato como terapia regenerativa à lesão muscular in vivo

Resumo

O tecido muscular esquelético, sendo o tecido mais abundante no organismo humano, está sujeito a diversas afecções relativamente comuns no meio médico, como as lacerações e contusões, provenientes do trauma, a isquemia, proveniente da insuficiência vascular, e a disfunção neurológica, podendo ser secundária ao próprio trauma ou outras doenças associadas. As diversas afecções por tais mecanismos acometem o músculo impactando significativamente na manutenção dos anos de vida ajustados pela qualidade (QALYs; quality-adjusted life years), relacionando a maior incidência de doenças musculares recorrentes. Nesse ínterim, é sabido que o músculo é um dos órgãos com a maior capacidade de regeneração dentre os existentes. Fato esse, devido a um pool de células satélites, com características e linhagens diferentes, destinadas ao processo de diferenciação e reparação das fibras musculares lesadas. Dentre este conjunto de células, a linhagem intitulada muscle-derived stem-like cells (MDSC) demonstra exímia capacidade de diferenciação em linhagens musculares, bem como endoteliais e neuronais, frente a estímulos adequados. Isso se deve à um estado parcial de pluripotência reprogramada inerente aos constituintes do patrimônio genético desta linhagem. Dada a epidemiologia frequente de lesão muscular e o seu impacto na qualidade de vida, o presente projeto explora a possibilidade de criação de um modelo de retalho terapêutico a partir da cocultura celular tridimensional de esferoides de MDSC, diferenciadas em linhagens mioblásticas e endoteliais, e então encapsuladas com o hidrogel de alginato, criando um microambiente favorável à interação celular com a matriz extracelular, para então serem entregues ao músculo murino lesionado, avaliando o seu potencial regenerativo.