Saúde mental de adolescentes e jovens: interfaces entre cuidado, emancipação e educação em saúde

Resumo

Adolescentes e jovens requerem necessidades em saúde sexual e reprodutiva diferenciadas em relação à população geral, pelas particularidades próprias da idade. Entretanto, ao buscar esses serviços, enfrentam obstáculos além daqueles que são comuns aos demais indivíduos. O medo do diagnóstico, as preferências pelo sexo do profissional de saúde, a impossibilidade de atendimento sem a presença de responsável são algumas das barreiras psicossociais que dificultam o acesso às unidades de saúde. Por outro, tem se verificado a dificuldade de profissionais em falar sobre sexo e a tendência a julgar o comportamento sexual de adolescentes entraves para o atendimento e a promoção da saúde nesses grupos etários. A realização de práticas intersetoriais envolvendo a educação e a saúde ainda é um desafio a ser superado. O projeto centra-se em um programa baseado em uma perspectiva multicultural de direitos humanos, apoiado em intervenções em escolas de ensino médio articuladas a ações nas unidades básicas de saúde de referência no território escolar abordado. O estudo de intervenção envolve estudantes em nível médio de 8 escolas públicas e 8 unidades básicas de saúde localizadas em São Paulo, Santos e Sorocaba. A participação permanente de jovens estudantes, profissionais das escolas e dos centros de saúde visa sua capacitação para atuarem cotidianamente como agentes de prevenção integrada em contextos afetados por desigualdades sociais, agravados pela de três pandemias simultâneas (IST/HIV, COVID-19 e de sofrimento mental). Nessa frente de trabalho, objetiva-se analisar e desenvolver ações de reconhecimento e enfrentamento das barreiras e identificação de potencialidades para a construção de ações sinérgicas entre jovens e profissionais da saúde e da escola para a promoção de uma abordagem de cuidado integral de adolescentes e jovens.