Confecção e produção dos vetores virais para a ativação específica de astrócitos por farmacogenética e para a superexpressão do GPER neste tipo celular.

Resumo

Nas últimas décadas, os vetores baseados em vírus recombinantes adeno-associados (AAV) têm sido muito usados como ferramenta para a transferência de genes em terapias, algumas já aprovadas, para o tratamento de doenças, incluindo o sistema nervoso central. Isto se dá pela capacidade desses vetores infectar células que não estão em processo de replicação, como os neurônios, astrócitos e microglia, além de permitirem a expressão duradoura dos transgenes de interesse. Na mesma velocidade, tem havido um grande avanço no entendimento dos mecanismos moleculares, celulares e sistêmicos envolvidos na morte neuronal em decorrência de insultos neurológicos agudos, como os acidentes vasculares encefálicos. Vários estudos mostraram que a isquemia cerebral altera a expressão de genes que codificam proteínas neuroprotetoras como aquelas inibidoras de exctotoxicidade e de neurotrofinas. Além delas, proteínas envolvidas na sinalização estrogênica não canônica, via ativação dos receptores acoplado a proteína G, o GPER, são merecedoras de atenção e potenciais candidatas como alvos em terapias gênicas. O mesmo racional aplica-se a células específicas do SNC, dentre elas os astrócitos, que aparecem como efetores chaves na neuroproteção mediada por estrógeno em processos isquêmicos.