Novas abordagens tecnológicas para a aquisição, armazenamento e processametno de dados de imagens da concentração intracelular de calcio em astrócitos utilizando a microscopia Multifoton

Resumo

Os astrócitos são as células da glia mais abundantes do sistema nervoso central, desempenhando diversas funções, entre elas: modulação da atividade sináptica, eliminação de neurotransmissores, formação/remoção de sinapses, manutenção da concentração de íons extracelulares e acoplamento neuro-vascular. Nos últimos anos, o avanço metodológico de técnicas de análise funcional de imagem em tecidos vivos (Microscopia Multiphoton) permitiu a identificação e visualização dos mecanismos celulares desencadeados quando os astrócitos são ativados, em condições fisiológicas ou patológicas. Nesse sentido, foi caracterizado que alterações na concentração intracelular de Ca2+ (ondas de Ca2+) estão entre os principais mecanismos de sinalização em astrócitos, sendo atualmente utilizado como um "marcador" da atividade astrocítica. A microscopia Multifóton tornou possível a visualização e quantificação de alterações nas concentrações de Ca2+ tanto no soma quanto nos processos astrocíticos (prolongamentos dos astrócitos que envolvem as sinapses); sendo utilizado para análise em tecidos vivos com até 1 mm de espessura. O objetivo desse estágio no laboratório do Professor Eiji Shigetomi - Universidade de Yamanashi (Kofu, Japão) será o treinamento da técnica mais refinada e atual para aquisição, processamento e análise de dados a partir de imagens de alterações de Ca2+ em astrócitos, utilizando microscopia Multifóton. O laboratório do Professor Shigetomi, no qual esse treinamento de alto nível será realizado, é uma das referências mundiais no estudo de ondas de Ca2+ em astrócitos e de pesquisas sobre a interação astrócito-neurônio. A aprendizagem desses procedimentos de última geração, nesse campo de pesquisa, será essencial para o desenvolvimento de vários subprojetos contidos no Projeto Temático (processo 2018/15957-2) e para a implantação do EMU (processo 2020/00201-0) na FMRP-USP, ambos aprovados pela FAPESP.