Impacto da degradação do glicocálix endotelial e da microbiota intestinal na exacerbação da asma induzida pela obesidade

Resumo

A obesidade é um fator de risco para a exacerbação da asma. Indivíduos obesos e asmáticos possuem baixa responsividade ao tratamento com corticosteróides como consequência do influxo de neutrófilos e células Th17 para os pulmões. A disbiose intestinal é uma caraterística da obesidade e está relacionada com a suscetibilidade e a exacerbação da asma. O glicocálix endotelial (EG) é uma rede de proteoglicanos e glicoproteínas ancorada nas membranas das células endoteliais. A degradação do EG acentua a interação leucócito-endotélio, aumentando a transmigração de leucócitos e a resposta inflamatória. Resultados prévios mostraram que camundongos C57BL/6 alimentados com uma dieta rica em gordura (HFD) e submetidos ao modelo de asma induzida por ovalbumina (OVA) apresentaram um aumento significativo da degradação de EG nos pulmões em comparação com camundongos expostos apenas à OVA ou somente alimentados com HFD. Além disso, os camundongos obesos e expostos à OVA apresentaram disbiose intestinal, caracterizada por um aumento de Romboutsia nas fezes.Romboutsia é uma bactéria anaeróbica Gram-positiva relacionada com a função endotelial. Nossa hipótese é que a disbiose induzida pela obesidade, caracterizada pelo aumento de Romboutsia, induz a degradação do EG nos pulmões após a exposição a alérgenos, resultando na exacerbação da asma. Nosso objetivo é investigar o papel da Romboutsia utilizando camundongos germ-free e estratégias de transplante de microbiota fecal e colonização com Romboutsia. Com isso, buscamos identificar um potencial alvo terapêutico baseado na intervenção no EG ou na microbiota para melhorar a qualidade de vida e reduzir a inflamação pulmonar de indivíduos obesos e asmáticos.